O Hospital Distrital de Santarém, integrado na Unidade Local de Saúde da Lezíria, inaugurou esta sexta-feira, 20 de dezembro, o novo Serviço de Anatomia Patológica, que irá a partir de agora servir todo o distrito de Santarém. Entre as alterações de maior significado para os utentes está o facto de a partir de janeiro as autopsias deixarem de ser efetuadas no Centro Hospitalar do Médio Tejo, em Torres Novas, passando a ser realizadas em Santarém, o que permitirá maior celeridade no processo de entrega dos corpos às famílias. O piso inferior do Hospital Distrital de Santarém sofreu nos últimos meses obras de modernização do serviço, que de acordo com Isabel Andrade, Diretora do Serviço de Anatomia Patológica, permite agora que a equipa possa trabalhar com maior qualidade, numa especialidade que “vai muito para lá da realização e autópsias”. Isabel Andrade aproveitou a ocasião para explicar o que é um Serviço de Anatomia Patológica, que se descreve como uma “especialidade médica com foco no diagnóstico das patologias através do estudo macroscópico, microscópico e molecular”, sendo também fundamental para fornecer informações “sobre fatores prognósticos e preditivos de resposta terapêutica.” A responsável congratulou-se que o serviço inaugurado em 1989 no Hospital de Santarém, possa agora ter instalações em conformidade com o trabalho que desempenha, e que é muitas vezes fundamental para o cuidado e tratamento aplicado, sobretudo, aos doentes oncológicos, e que tornam o Hospital de Santarém, como um dos de referência na especialidade. A sessão de inauguração foi aberta por Tatiana Silvestre, Administradora da Unidade Local de Saúde da Lezíria, que aproveitou a presença da Secretária de Estado da Gestão da Saúde, Cristina Vaz Tomé, para apresentar a Unidade Local de Saúde da Lezíria (ULS Lezíria), que serve nove concelhos, Almeirim, Alpiarça, Cartaxo, Chamusca, Golegã, Coruche, Rio Maior, Salvaterra de Magos e Santarém, e que necessita que sejam realizados investimentos, de modo a que se possa manter a qualidade nos serviços de saúde dos 200 mil utentes servidos por esta unidade. Tatiana Silvestre que anunciou que em 2025 a ULS da Lezíria passará a contar com mais duas Unidades de Saúde Familiar tipo B – Almeirim e Marinhais/Glória, no concelho de Salvaterra de Magos, agradeceu ainda ao Programa Operacional do Alentejo, todo o apoio, que nos últimos anos permitiu investimentos na unidade de mais de 8 Milhões de euros, dos quais, 2,8 milhões no novo Serviço de Anatomia Patológica, hoje inaugurado. De acordo com a responsável, “um protocolo como Ministério da Justiça permite que a partir de janeiro de 2025 esta unidade integre serviços de Medicina Legal”, que irão possibilitar uma maior celeridade nos processos dos utentes de todo o distrito de Santarém. A administradora aproveitou ainda para elencar um conjunto de necessidades urgentes na ULS, nomeadamente uma intervenção no Hospital Distrital de Santarém, “um edifício com 40 anos”, e com muitas patologias a necessitarem de atenção urgente. Sobre o novo serviço de Anatomia Patológica, Tatiana Silvestre congratulou-se com a possibilidade que este serviço dá aos utentes, nomeadamente no apoio ao serviço de Oncologia. O Presidente da Câmara Municipal de Santarém, João Leite, frisou a proximidade da cidade de Santarém com o Governo, o que possibilita que “o foco da causa pública”, neste caso na área da saúde, sejam as pessoas. O autarca anunciou ainda que no próximo orçamento municipal, e com o apoio do PRR, estão incluídos 1,8 milhões de euros para obras nas unidades de saúde do concelho, de modo a que os utentes e profissionais possam contar com as melhores condições possíveis.. Pedro Ribeiro, que estava na qualidade de Presidente da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT), deu ênfase ao serviço público de saúde, lamentando que nem sempre o privado saiba respeitar o público e venham muitas vezes retirar profissionais essenciais ao funcionamento do SNS. Para contrariar este facto, Pedro Ribeiro, referiu que “era importante que se começasse a pensar” na possibilidade do Hospital Distrital de Santarém poder de alguma forma integrar uma universidade, de modo a que se viesse a transformar num Hospital Universitário. A Secretária de Estado Cristina Vaz Tomé, começou a sua intervenção por destacar que nos últimos oito meses “o Governo tenha triplicado a taxa de execução”, do anterior Governo. A governante, respondendo a Pedro Ribeiro sobre a falta de recursos humanos na saúde, anunciou que em 2025 o Governo irá lançar um procedimento com 350 vagas de graduados seniores, para formar os novos médicos, e poder tornar este um procedimento que se repetirá todos os anos, de modo a mitigar a falta de médicos reconhecida por todos. Cristina Vaz Tomé salientou ainda que o Governo tem uma visão do Serviço Nacional de Saúde, que possa também integrar o setor social e privado, tendo como foco a disponibilização de soluções de qualidade aos utentes. De acordo com a Secretária de Estado Lisboa e Vale do Tejo tem de momento abertas dez Unidades de Saúde Familiares tipo C, que se iniciarão no próximo ano. “O Governo fez uma reprogramação do PRR, que irá permitir a modernização ou aquisição de novos equipamentos para as ULS”, concluiu Cristina Tomé. A inauguração prosseguiu depois com uma visita ao Serviço de Anatomia Patológica, que está equipado com tecnologia de topo, e será o primeiro em Portugal com total rastreabilidade, o que permitirá uma fiabilidade de 100% nos resultados apresentados.