(Foto: Noticias do Sorraia)
O Governo, através do Ministério da Agricultura, escolheu a Escola Superior Agrária de Santarém (ESAS) para implementar um sistema, que tem como principal objetivo combater as doenças que afetam os ruminantes, sobretudo a língua azul, que nos últimos meses provocou avultados prejuízos aos agricultores.
Esta quarta-feira o Secretário de Estado da Agricultura, João Moura, esteve em Santarém, onde “apadrinhou” a iniciativa que surge no âmbito do Plano de Vigilância Entomológica implementado pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), tendo a ESAS e a DGAV assinado um protocolo que possibilita à instituição de ensino acolher uma armadilha destinada à captura de culicóides, e que permitirá realizar uma monitorização e deteção precoce do vírus da língua azul e outras doenças propagadas por vetores uma preocupação crescente devido ao aumento de doenças associadas a insetos em Portugal.
“Todos concordamos que a luta contra a língua azul requer não apenas respostas reativas, mas também uma preparação e antecipação de ações que reduzam o impacto futuro”, afirmou o Secretário de Estado, sublinhando o compromisso do governo em proteger a saúde dos animais e garantir a segurança alimentar.
Para o Governo, a instalação da armadilha na ESAS representa um passo significativo na monitorização de zoonoses emergentes e reemergentes, bem como de outras patologias transmitidas por insetos.
Este sistema de monitorização será amplificado a nível nacional, com armadilhas a serem implementadas em diversos locais do país.
O objetivo é verificar se os insetos capturados são portadores de vírus e compreender o comportamento dos vetores. Perante essa recolha, agir-se-á junto do INIAV (Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária), que, pela via científica, analisará a dimensão e o risco transmissível, o que permitirá acionar respostas mais incisivas no terreno e com intervenções segmentadas territorialmente.
“Com esta iniciativa, desenvolve-se um novo modelo de prevenção, a monitorização ativa da população de insetos para o próximo ano, aproveitando o conhecimento científico da DGAV e do INIAV para implementar planos de intervenção imediatos e mais eficazes”, salienta o Ministério da Agricultura, que considera que ao identificar os locais e as circunstâncias em que os vetores estão presentes, “poderemos agir de forma assertiva para prevenir a propagação de doenças.”