Domingo, 22 de Dezembro de 2024

Regional

Publicada em 14/12/24 às 16:37h - 15 visualizações
Praga de moscas em Muge condiciona vida de moradores e comerciantes

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 (Foto: Mais Musica Web Rádio )

A vila de Muge, no concelho de Salvaterra de Magos, enfrenta há mais de um mês uma grave infestação de moscas que está a afectar o dia a dia de moradores e comerciantes. A situação obriga muitos a manter portas fechadas, recorrer a empresas de desinfestação e intensificar a limpeza das superfícies.
Durante a nossa visita à vila, confirmámos a presença massiva de insectos, visíveis em faróis de carros, fachadas de edifícios e até em roupas estendidas ao sol. Rita Raposo, moradora na Rua da Fonte Costa, mudou-se de Marinhais para Muge a 27 de Outubro e foi recebida pelos sogros com uma raquete eléctrica para matar moscas. "Já vivi no campo e sei que é normal aparecerem algumas moscas quando se estruma a terra, mas isto é um exagero. Encontrei mais de 50 moscas na casa-de-banho e dezenas no quarto", conta.
Rita revelou que dias após se mudar começou a sentir um cheiro intenso a estrume e, frustrada com a situação, denunciou o problema nas redes sociais. Mais tarde, contactou a junta de freguesia e a câmara municipal, que procedeu a uma desinfestação a 4 de Dezembro, intervindo na Rua da Fonte Costa e na Rua Dom João V. Apesar das medidas, Rita afirma ter gasto muito dinheiro em produtos ineficazes até encontrar, com ajuda do sogro, uma solução melhor.


Comércio local prejudicado
A proliferação de moscas está também a afectar os negócios locais. No restaurante de bifanas Silas, um dos mais conhecidos da região, a proprietária Dolores Martins explica que, apesar de terem o espaço equipado e recorrerem a empresas de combate a pragas, o problema aumentou os custos operacionais e motivou reclamações de clientes. "Temos investido em produtos específicos, mas o negócio sofreu com este fenómeno", lamenta.
No Minimercado Madureira, situado a menos de 100 metros, o proprietário Nuno Madureira refere que tem sido necessário fechar as portas constantemente, o que leva os clientes a pensar que o espaço está encerrado. "Moro no Cartaxo e lá não há nada disto. Aqui, colocamos um difusor, mas não podemos fazer muito mais por causa da comida", explica, acrescentando que em 14 anos de actividade nunca testemunhou algo semelhante.
Já Isabel Reis, que trabalha numa mercearia na Rua da Glória, diz que a situação é "inacreditável". "É impossível abrir as portas. Parece uma nuvem de moscas sempre que o sol bate", descreve. Apesar de residir perto da Casa Cadaval, onde as moscas são comuns, Isabel garante que nunca viu nada parecido e supõe que o problema pode estar relacionado com as condições climáticas atípicas deste ano.


Medidas da autarquia
A Câmara Municipal de Salvaterra de Magos já tomou medidas nas zonas mais afectadas, conforme explica o presidente Hélder Esménio. Além da desinfestação, a autarquia solicitou à GNR que intensifique a vigilância nos campos agrícolas, de forma a assegurar que os adubos são devidamente tapados no prazo legal.
Enquanto isso, a população de Muge continua a enfrentar este incómodo diário, aguardando por uma solução definitiva para o problema.
 

 








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