A Proteção Civil recomendou hoje à população, em particular
à das zonas historicamente mais vulneráveis e nas áreas afetadas pelos
incêndios rurais, que tome medidas preventivas face à previsão de fortes
chuvas, ventos e agitação marítima, e precauções na circulação.
Num aviso à população, a Autoridade Nacional de Emergência e
Proteção Civil (ANEPC) baseia-se nas previsões meteorológicas as quais que
indicam um agravamento do estado do tempo com precipitação persistente, vento
forte e agitação marítima associado à tempestade KIRK (ex-furacão).
Segundo a ANEPC, é expectável a ocorrência de inundações em
zonas urbanas e de cheias, e movimentos de massa (como deslizamentos e
derrocadas) motivados pela infiltração da água, fenómeno que pode ser
potenciado pela remoção do coberto vegetal na sequência de incêndios rurais.
Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA),
a tempestade Kirk deverá deslocar-se para noroeste da península ibérica, após
passar a norte do arquipélago dos Açores, e aproximar-se do continente na manhã
de quarta-feira, com agravamento das condições meteorológicas já na tarde de
hoje.
Devido à passagem do ciclone tropical Kirk pelo arquipélago
dos Açores, o IPMA emitiu um aviso vermelho para hoje para as ilhas do grupo
Ocidental devido às ondas.
A autoridade refere que o eventual impacto destes efeitos
meteorológicos pode ser minimizado, sobretudo através da adoção de
comportamentos adequados.
Em particular nas zonas historicamente mais vulneráveis, e
nas áreas afetadas pelos incêndios rurais, que ficaram sem coberto vegetal e
com cinza acumulada à superfície, que funciona como uma matéria impermeável,
mais expostas e vulneráveis à precipitação, a ANEPC recomenda medidas
preventivas, como garantir a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas.
Recomenda ainda à população que garanta uma adequada fixação
de estruturas soltas, nomeadamente, andaimes, placards e outras estruturas
suspensas, e que tenha especial cuidado na circulação e permanência junto de
áreas arborizadas, estando atento para a possibilidade de queda de ramos e
árvores, em virtude de vento mais forte.
A adoção de uma condução defensiva, reduzindo a velocidade e
com especial cuidado a lençóis de água nas vias, e não atravessar zonas
inundadas, de modo a precaver o arrastamento de pessoas ou viaturas para
buracos no pavimento ou caixas de esgoto abertas, são outras das recomendações.
Outros efeitos expectáveis, conclui, são a contaminação de
fontes de água potável por inertes resultantes de incêndios rurais e o
arrastamento para as vias rodoviárias de objetos soltos, ou desprendimento de
estruturas móveis ou deficientemente fixadas, por efeito de episódios de vento
forte, que podem causar acidentes com veículos em circulação ou transeuntes na
via pública.