Enfermeiros do Hospital Distrital de Santarém convocaram
para hoje uma greve para reivindicar melhores condições laborais e no Serviço
de Urgência, uma paralisação que, segundo fonte sindical, teve uma adesão de
86,3% no turno da manhã.
Enquanto Nuno Lopes, representante do Sindicato dos
Enfermeiros Portugueses, disse à Lusa que a greve está a ter impacto no
funcionamento do hospital, integrado na Unidade Local de Saúde (ULS) da
Lezíria, a administração indicou não ter havido adiamentos em cirurgias ou
consultas e deu conta da resolução em curso de problemas levantados.
A greve foi convocada para reivindicar “a contratação de
mais enfermeiros”, uma “melhor organização nos horários de trabalho” e “a
resolução dos problemas estruturais do serviço de Urgência.”
“Estivemos reunidos, em maio, com o conselho de
administração, e algumas questões continuam por resolver, nomeadamente a
organização do Serviço de Urgência, que faz com que haja uma falta crónica de
enfermeiros neste serviço. Já não é uma situação pontual, é uma situação do
dia-a-dia e tem de ser resolvida”, disse à Lusa o dirigente sindical.
Uma das principais reivindicações diz respeito a uma melhor
organização do horário de trabalho que permita “a conciliação da vida
profissional, familiar e pessoal”, algo que os profissionais consideram difícil
devido “à falta de enfermeiros” e ao recurso a horas extraordinárias, que “é
constante”, destacou Nuno Lopes.
Segundo o dirigente sindical, é “urgente a contratação de
mais pessoal” – todos os dias “são mobilizados enfermeiros para colmatar as
falhas que existem nos serviços”.
Questionado pela Lusa, a presidente do conselho de
administração da ULS da Lezíria, Tatiana Silvestre, referiu que o
Ministério da Saúde aprovou na terça-feira o mapa de pessoal e a
administração já pode iniciar “o procedimento de abertura de contratação
de novos profissionais”.
Outra das queixas dos enfermeiros refere-se ao pagamento do
regime de prevenção, cuja lei existe desde 1979 e que, de acordo com o
SEP, esta ULS “não está a cumprir”.
À Lusa, Tatiana Silvestre garantiu que a administração “já
deliberou sobre esta matéria” e vai “iniciar todo o processo de pagamento”.