A paróquia do Sardoal lançou um peditório à população para a
requalificação da Igreja Matriz, devido à degradação do edifício, que necessita
de uma intervenção urgente estimada em meio milhão de euros.
“A Igreja Matriz, quer no âmbito arquitetónico, quer na
conservação do património integrado e móvel [arte], está muito degradada, ao
nível da cobertura, paredes exteriores e interiores, infiltrações, pavimentos a
ceder, tetos a cair, janelas partidas e sem vidros, portas rotas, enfim, é tudo
o que se possa imaginar”, disse hoje à Lusa o padre Silvano Vasconcelos, pároco
na freguesia de Sardoal, no distrito de Santarém, há cerca de um ano.
Na página da Internet da Igreja Matriz de Sardoal, o pároco
dirige-se aos “empresários, emigrantes, amigos ou filhos naturais” do Sardoal
para manifestar “a preocupação relativa à igreja matriz e ao estado de
degradação, a que chegou”, salientando ser “muito urgente, uma intervenção” no
templo, construído nos finais do século XIV, início do século XV.
“A paróquia, enquanto instituição, não consegue enfrentar o
enorme encargo que as obras de conservação e restauro significam”, afirmou o
padre, adiantando que, para “uma primeira etapa” de intervenção, está em curso
uma “candidatura que atinge os 500 mil euros”.
Essa candidatura, adiantou, contempla as coberturas,
reparação e consolidação de todas as paredes exteriores e interiores e
respetivas infraestruturas do imóvel.
“Por via dessa candidatura a fundos comunitários, e em
parceria com o município, conseguiremos uma comparticipação no montante
elegível de 375 mil euros, sendo o remanescente [125 mil euros] suportado pelo
dono da obra, ou seja, a paróquia”, indicou.
É esse montante que a paróquia pretende angariar através do
peditório, que deverá decorrer até dezembro.
Depois, continuou, “haverá necessidade de avançar para uma
segunda fase, que se ocupará do muito património artístico”, ao nível de
paramentaria, altares, livros, arte sacra, azulejaria e quadros, como os
famosos retábulos do mestre de Sardoal, “também a exigir uma profunda
intervenção de conservação e restauro”.
Salientando que se está numa “verdadeira corrida contra o
tempo a fim de não deixar escapar esta oportunidade”, o pároco apelou à
população para a “melhor compreensão e comparticipação” para a “salvaguarda do
património”.
O padre Silvano Vasconcelos adiantou ainda à Lusa que o
peditório, que começou há cerca de um mês, permitiu angariar até agora “cerca
de 40 mil euros”.
“A hora é esta e se a gente não agir, não colaborar e não
estivermos atentos, corremos o risco de ficar para a memória pelas piores
razões”, acrescentou.