O projeto “Ouro Líquido”, que tem como objetivo valorizar o
olival tradicional nos sete municípios do Parque Nacional das Serras de Aires e
Candeeiros, foi apresentado na tarde de sexta feira, 19 de julho, no salão
nobre dos Paços do Concelho de Santarém, com a presença de Luis Melo, consultor
do projeto e do vereador com o pelouro da Agricultura, Nuno Russo.
Os objetivos do “Ouro Líquido” passam por valorizar o
azeite, potenciar o oliviturismo, cuidar do olival e ordenar o território.
Implantando em 2023 nos municípios de Alcanena e Torres Novas, como experiência
vai agora expandir-se aos restantes municípios – Santarém, Rio Maior, Alcobaça,
Porto de Mós e Ourém.
O projeto centra-se “na recuperação do olival tradicional,
que tem decrescido na região durante as duas últimas décadas” explicou o
consultor do projeto, dinamizado pela Associação De Desenvolvimento Das Serras
De Aire E Candeeiros (ADSAICA).
O abandono de terrenos de olival tradicional de sequeiro tem
sido uma realidade na região, com Luis Melo a atribuir fatores como a
dificuldade na mecanização e os altos custos de mão de obra aliados à baixa
produtividade. Ainda assim registam-se 13.700 hectares de olival nos sete
municípios do PNSAC. Só no concelho de Santarém há cerca de 1800 áreas de
olival tradicional.
O projeto entra agora na sua segunda fase em que para além
da expansão, prevê a criação de uma associação de produtores para dar apoio
técnico e criar ações de marketing que visem promover quer o azeite, quer
desenvolver o setor do oliviturismo, que “ainda não tem muita expressão em
território nacional”, segundo Luis Melo.
A terceira fase do “Ouro Líquido” está prevista começar em
2025 e estender-se até 2028, com o objetivo de “trabalhar todo o território do
PNSAC”.
A sessão foi dirigida aos produtores de azeite da zona de
Santarém e contou com a presença de mais de duas dezenas. Os que mostraram
interesse em participar vão ser contactados pessoalmente pela ADSAICA para
incorporarem o “Ouro Líquido”.