(Foto: Lusa)
Um em cada três veículos de emergência médica do INEM
estavam parados na oficina em outubro, segundo a Inspeção Geral das
Atividades em Saúde (IGAS), que destaca a antiguidade da frota.
Segundo o projeto do relatório da auditoria pedida pela
ministra da Saúde à IGAS, a que a Lusa teve acesso, a frota de emergência
médica do INEM era no início de outubro composta por 524 veículos, 170 dos
quais estavam na oficina, o que representa 33%.
Dos 524 veículos de emergência médica,76,7% têm data de
matrícula até 2015 (inclusive), refere a IGAS, para quem a antiguidade da
frota, bem como a utilização em condições bastante exigentes, “causa
constrangimentos operacionais e aumento da despesa pública”, tendo em conta a
frequência e o valor da reparação e manutenção.
No período em análise, o Serviço de Helitransporte de
Emergência Médica esteve operacional em 97,30 % das horas de funcionamento
previstas.
A IGAS refere, contudo, que o tempo de inoperacionalidade
aumentou no período entre 2021 e o final do primeiro semestre deste ano. Para
isto contribuíram fatores como a avaria de aeronaves e de equipamentos,
inspeção, manutenção, limpeza e troca de aparelho, assim como a falta de
tripulação, ou seja, de equipa médica (médico e enfermeiro) e de piloto e o
excesso de horas de voo.
A IGAS diz ainda que não ficou evidente “a realização de uma
análise periódica das horas de indisponibilidade do serviço de helicópteros de
emergência médica e dos respetivos motivos”, de modo a que possam ser
ponderadas “medidas mitigadoras”, bem como a informação possa ser considerada
na preparação dos procedimentos de contratação pública relativos a estes
serviços.
A auditoria avaliou quatro grandes áreas: meios de
emergência médica, compras públicas, formação profissional e atração e retenção
de trabalhadores em áreas críticas.
O projeto de relatório da auditoria, que ficou concluído
hoje, vais ser remetido ao INEM, para o exercício do contraditório, tendo a
IGAS emitido 44 recomendações.