Os nove métodos mais utilizados de burla por telefone foram
identificados pela PSP, este domingo, em comunicado, alertando a população para
a ocorrência deste tipo de crime.
De acordo com a Polícia de Segurança Pública, "foram
identificados nove métodos diferentes, que têm sido os mais utilizados na
concretização desta prática criminal, e que correspondem a burlas, única e
exclusivamente, praticadas através de telefone".
Entre os métodos mais utilizados, segundo a PSP, estão a
burla "Olá pai, Olá mãe", quando "o criminoso faz-se passar por
familiar [normalmente filho], por mensagem via WhatsApp, solicita pagamento
para arranjar o telemóvel partido, para comprar um novo ou simplesmente para
pagar uma suposta despesa inopinada e urgente".
Já no caso da burla de falso arrendamento, perante um
anúncio, a um preço bastante mais atrativo do que o habitual no mercado, é
solicitado à vítima o pagamento do "sinal" do aluguer fictício.
Segundo a PSP, o pagamento pelo sistema MB Way também é
utilizado em burlas, que normalmente são desencadeadas após um anúncio na
internet de venda de um artigo, em que o burlão solicita que o pagamento seja
efetuado por MB Way, dando ele próprio as instruções para o efeito, levando a
vítima a fornecer os códigos de acesso ao levantamento num ATM da quantia
estabelecida no negócio.
Uma oferta de emprego ou trabalho numa empresa conceituada,
com ordenado atraente, é oferecido à vítima, mas trata-se de outra burla. Os
burlões pedem uma espécie de "sinal" à vitima para despesas variadas.
O falso empréstimo também é uma das burlas mais utilizadas,
nomeadamente quando o burlão pede a documentação da vítima e solicita também
uma quantia de dinheiro para pagar taxas e concluir o processo.
A burla relacionada a compra/venda de automóveis ocorre
quando o burlão coloca um anúncio em plataformas de compra e venda de viaturas
'online', a um preço bastante mais atrativo que o habitual no mercado, e o
criminoso pede dinheiro à vitima para o transporte do automóvel ou outras
despesas. O burlão pode clonar uma viatura e oferecê-la em várias plataformas
da internet.
Outra burla ocorre quando o criminoso apresenta-se como
funcionário de uma instituição credenciada [PSP, GNR, ASAE, PJ, AT], fazendo-o
através de um contacto telefónico, um site falso, um e-mail ou uma mensagem
escrita, indicando que a vítima tem coimas ou outras pendências por
regularizar.
Outras burlas são o falso SMS de dívida, no qual a vítima
tem de efetuar o pagamento de um serviço -- na mensagem já são indicadas a
referência e entidade - sob pena de vê-lo cortado, ou ainda o falso CEO, que
consiste num contacto no qual o burlão se faz passar por um responsável de uma
empresa ou organização, solicitando a um funcionário dessa mesma empresa ou
organização que proceda a um pagamento, ao envio de algum tipo de informação
sensível, ou à alteração de dados bancários.
A PSP alerta a população para não fornecer dados pessoais
considerados intransmissíveis e suspeitar sempre de quaisquer solicitações que
tenham urgência, pressionando a um pagamento/transferência imediato.
As pessoas devem evitar fazer qualquer transferência
monetária, principalmente para o nome de outra pessoa que não daquela com quem
se está a estabelecer o negócio e suspeitar de qualquer transação aparentemente
bastante rentável e vantajosa, segundo a PSP.
A população não deve efetuar quaisquer ações em aplicações
que permitam a transferência de dinheiro se não se sentir familiarizado com o
seu funcionamento e os procedimentos a adotar, indicou a PSP, sublinhando que
se deve ter cuidado no caso de um número desconhecido a contactar,
identificando-se como familiar ou amigo, devendo colocar-lhe questões que
apenas o próprio soubesse responder.