A ciclista Maria Martins, sétima colocada em Tóquio2020,
disse hoje que sairia muito feliz dos Jogos Olímpicos Paris2024 com um novo
diploma, exultando o crescimento do ciclismo de pista em Portugal nos últimos
anos.
“Parto exatamente com as mesmas expectativas com que fui
para Tóquio na altura. É deixar o nosso melhor na pista. Obviamente temos
objetivos de repetir o diploma, mas estamos conscientes da dificuldade que é,
estamos a falar de uns Jogos Olímpicos, por isso estamos tranquilos nisso, mas
também sabemos que temos coisas a fazer lá. Sairia muito feliz de Paris com um
diploma”, salientou Maria Martins, em declarações à Lusa.
No aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, a ciclista, que
competirá na vertente de omnium, mostrou-se entusiasmada por, ao contrário de
Tóquio2020 – onde foi a única representante portuguesa na modalidade -, ter a
companhia de Iúri Leitão e Rui Oliveira.
“É o resultado de muito trabalho investido. Nota-se muito a
evolução que o ciclismo de pista tem tido nestes últimos anos. Acredito que
tudo o que aconteceu nestes últimos dois anos de qualificação foram merecidos e
foi simplesmente fruto de muito trabalho por trás, não só dos atletas, mas
também do selecionador, treinadores e ‘staff’”, frisou.
Aos 25 anos, Maria Martins ruma até à sua segunda
experiência olímpica após um ciclo de preparação com várias dificuldades, que
foram ultrapassadas para o caminho certo.
“Estava consciente de que as dificuldades estão aqui para
serem ultrapassadas. Dentro das dificuldades, encontrámos o nosso caminho e
fomo-lo fazendo da melhor maneira possível. Estou satisfeita com a preparação
que fiz. Estou de consciência tranquila, fiz o melhor que consegui e, só nesse
aspeto, já saio muito satisfeita e aliviada”, expressou.
Sobre as condições que espera encontrar na pista, no
Velódromo de Saint-Quentin-en-Yvelines, e na Aldeia Olímpica, Maria Martins
lembrou que já foi muito feliz no local da prova, enquanto o ambiente vivido no
alojamento é diferente das outras competições.
“Já competimos lá, já fui muito feliz naquela pista. Sei
perfeitamente as condições que vou lá ter. A única diferença é na Vila
Olímpica. Aí, estou consciente de que vai ser algo complexo, pois é sempre um
ambiente que difere os Jogos das outras provas”, realçou à Lusa.
Os Jogos Olímpicos já decorrem desde 26 de julho e Maria
Martins tem acompanhado várias disciplinas, sobretudo o ciclismo de estrada e
as prestações dos portugueses, o que a leva a ter de gerir as emoções, uma vez
que será a última a competir em França.
“Sou uma fã de desporto e este mês de Jogos Olímpicos é
sempre aquele mês em que ligamos a televisão e está sempre no mesmo canal a dar
os Jogos. Isso nunca mudará. Competir só no último dia tem um misto de emoções
que é preciso saber gerir, por ver os outros a competir e eu ainda à espera do
meu dia, mas em Tóquio correu bem e eu acredito que vou saber fazer essa
gestão”, atirou a ciclista, que é natural de Santarém.
A competição feminina de omnium tem lugar no último dia dos
Jogos Olímpicos, em 11 de agosto.