(Foto: Noticias do Sorraia)
É na cidade de Rio Maior que se encontra um dos mais
avançados centros de treino desportivo do país – O Rio Maior Sports Centre
(RMSC), que ao longo dos anos tem sido a escolha preferencial de atletas de
alta competição de várias modalidades e países. O NS foi até às instalações do
centro de alto rendimento riomaiorense para conhecer os meandros de uma das
principais referências no desporto na região e no país.
Dois pavilhões multiusos, piscina com tamanho olímpico,
vários campos relvados, campos de futebol de praia, campos de ténis, campos de
padel, vários ginásios completamente apetrechados, deixam o Rio Maior Sports
Centre preparado para receber a grande maioria das modalidades competitivas. E
mesmo quando não existe um espaço específico para a prática de uma modalidade é
rapidamente criado. Tome-se como exemplo o ring de boxe montado no pavilhão
polidesportivo, para que a seleção olímpica do Brasil possa fazer a sua
preparação, com vista à participação nos Jogos Olímpicos de Paris, que arrancam
em poucos dias.
Ao longo dos anos já passaram pelo centro atletas de 36
modalidades diferentes e oriundos de 66 países. Para Miguel Pacheco,
administrador da empresa municipal DESMOR responsável pela gestão do centro,
esta é uma estatística que o enche de orgulho
“O facto de termos já atletas de tantas modalidades
desportivas e de tantos países significa que temos de facto um um verdadeiro
complexo desportivo com grande diversidade de instalações”, vinca. De entre as
várias dezenas de atletas que fizeram a preparação para os Jogos Olímpicos de
Tóquio, em 2021, no RMSC, foram conquistadas 32 medalhas olímpicas.
Para além das condições de treino de topo, o RMSC
disponibiliza também toda uma rede de apoio aos atletas. Conviver com lesões
faz parte da rotina dos atletas de alta competição e para dar resposta a essa
questão o RMSC dispõe de uma equipa de fisioterapeutas e de uma parceria com a
CUF para que o atleta seja visto por um médico no menor espaço de tempo
possível.
“Um atleta que se lesiona de manhã, seguramente que até ao
treino da tarde já sabe se vai poder continuar a treinar, se tem que recuperar,
se tem que ir fazer algum tratamento”, explica Miguel Pacheco ao NS.
O RMSC dispõe também de alojamento próprio no interior do
centro, o que faz com que os atletas não percam tempo com deslocações entre
hotel e centro de estágios, o que segundo explica o administrador da DESMOR, é
uma vantagem quer para os atletas, quer para o próprio centro, que tem nesta
proximidade uma vantagem em relação a muitos outros.
O RMSC faz parte da Rede Nacional de Centros de Alto
Rendimento, gerida pela Fundação do Desporto, onde se apresenta com duas
especialidades: a natação e o futebol. Na região da Lezíria do Tejo é a única
instalação com uma piscina com as medidas olímpicas (50m), e onde se realiza os
campeonatos regionais da modalidade. Conta também com um programa especial para
os novos talentos da modalidade, em parceria com a Federação Portuguesa de
Natação. Vários jovens entre os 15 e os 18 anos residem no RMSC e dividem a
rotina entre os treinos de alta competição e o ensino secundário.
No futebol e futsal, o RMSC já recebeu estágios de várias
equipas e seleções nacionais, contando-se entre elas a seleção nacional de
futsal, campeã europeia e mundial da modalidade. Em agosto a turma lusa volta
RSMC para preparar a defesa do título mundial. Outro das provas da qualidade
das instalações é a escolha do Estádio Municipal para ser o reduto do Casa Pia,
que compete na Primeira Liga de futebol. Na época transata os gansos jogaram os
seus jogos caseiros em Rio Maior, parceria que se estende para a próxima época.
Comunidade local também beneficia do Centro
O RMSC não é só para os atletas de alta competição e
desempenha um papel importante na promoção da atividade desportiva no concelho
de Rio Maior. A DESMOR, e por inerência o RMSC, é responsável pela promoção dos
programas e projetos municipais na área do desporto. Neste momento tem a
decorrer o projeto “Mais Desporto, Mais Saúde”, que em conjunto com os seus
técnicos promove a atividade física junto da população sénior. Durante o ano
letivo há também a Escola de Natação de Rio Maior que promove aulas de natação
com os alunos do primeiro ciclo.
As escolas da cidade fazem fronteira física com o RMSC e
aproveitam as instalações do centro para as aulas de educação física.
“É muito bom para as escolas e para os alunos, porque têm
condições de alto rendimento para as suas aulas”, vinca Miguel Pacheco.
Já a Escola Superior de Desporto de Rio Maior tem uma
estreita parceria com o RMSC. As componentes práticas dos cursos são feitas nas
instalações do RMSC. A parceria estende-se ainda à parte científica, com os
alunos e professores a terem liberdade de utilizar o laboratório desportivo e
os dados obtidos lá.
“É um caminho que temos vindo a fazer com um forte empenho
para que esta parceria entre quem tem um laboratório vivo e quem detém o
conhecimento possa ser cada vez mais profícua no sentido de também produzirmos
aqui conhecimento científico”, garante Miguel Pacheco.
A DESMOR, e o RMSC, disponibiliza ainda à comunidade campos
de padel e de ténis, bem como a piscina exterior, aberta durante a época
balnear.
Certificações nacionais e internacionais são prova da
qualidade do RSMC
Não há prova mais irrefutável da qualidade apresentada pelo
centro que as certificações que têm sido conquistadas ao longo dos anos. São
vários os “pregaminhos” expostos pelas paredes do edifício central. Entidades
nacionais, como o Comité Olímpico, e internacionais como a Fundação para o
Desporto da Austrália, e até uma das mais importantes certificações, a ISO 9001
– um sistema de gestão de qualidade que garante a excelência de
produtos e serviços.
“Uma certificação internacional como a ISO, dá uma confiança
grande porque sabe que vai recorrer a uma empresa onde os seus procedimentos
estão certificados”, explica o administrador da DESMOR.
Sobre as certificações de entidades como o Comité Olímpico
ou a Fundação para o Desporto da Austrália, Miguel Pacheco explica que é a
partir delas que se garante que outras entidades tenham em consideração o RMSC
como escolha para preparar grandes competições.
“Termos o reconhecimento do Comité Olímpico de Portugal e do
Comitê Paralímpico de Portugal arrasta a confiança de outros comités olímpicos
internacionais, como é o caso do do Brasil, que está fortemente connosco”,
explica.