A Câmara da Chamusca vai ter um arquivo histórico, projeto
que prevê um investimento de 1,2 milhões de euros para preservar a “identidade
do concelho”, disse hoje à Lusa o presidente do município, Paulo Queimado.
“É um projeto que consideramos que é fundamental,
principalmente para a salvaguarda da história e do património do concelho da
Chamusca […]. Esta infraestrutura é muito importante para conseguir
salvaguardar todo este património preciosíssimo”, referiu o autarca.
Para albergar os documentos, alguns datados do início do
século XVIII, nomeadamente documentação de reuniões de câmara e fotografias
antigas, a Câmara da Chamusca, no distrito de Santarém, adquiriu um edifício
localizado na rua Direita de São Pedro, próximo da autarquia.
Segundo Paulo Queimado, há um conjunto significativo de
património que não está ainda na posse da Câmara e que o executivo, com esta
nova infraestrutura, pretende recuperar.
“Existe o caso de alguns particulares terem na sua posse
vários tipos de documentação que ainda não entregaram à Câmara porque não
temos, nem condições, nem um espaço para acondicionar este tipo de material.
Algumas casas importantes do concelho da Chamusca têm correspondências com
altas figuras de Estado”, contou.
Alguma desta documentação foi adquirida pela população
em leilões organizados pelo município, entre 2006 e 2009.
“Temos várias pessoas que têm muita documentação comprada
nesses leilões e fazem questão de entregar toda esta documentação, porque a
documentação é da Chamusca”, referiu.
O edifício que funcionará como arquivo terá uma área técnica
dedicada à desinfestação, tratamento, conservação e restauro do património,
além de um espaço para inventariação, catalogação e identificação
de documentos.
O novo equipamento terá também um pequeno espaço dedicado a
exposições temáticas e uma sala de consultas e estudo de documentos.
Ainda de acordo com o presidente da Câmara da Chamusca, as
obras no edifício que foi adquirido pelo município devem estar concluídas em
abril.
“O que temos programado é meados de abril ter eventualmente
a obra concluída. Mas, a grande expectativa é que no início de maio possa estar
em condições para começar a receber o arquivo. O arquivo já está todo
inventariado, mas terá que ser desinfestado e terá que ser devidamente
acondicionado”, salientou.