Katarina Ferreira foi a grande vencedora do festival Living
Statues, em Wilhelmshaven, na Alemanha, que decorreu entre 31 de agosto e 1 de
setembro. A fundadora da empresa Quideia Animações, sedeada em Santarém, venceu
o prémio de votação do público com mais de 3300 votos.
A artista venceu com uma performance de boneco vivo
intitulada “Benny-Venty”, que tem como objetivo representar um ornamento de
prateleira. A “estátua” do duende apresenta-se em cima de uma coluna de livros
e e segurando um livro grande e quando ganha vida as interações com o público
passam por folhear a obra que apresenta várias imagens pop-up.
O “Benny-Venty” foi criado durante uma residência artística
da Quideia Animações que decorreu no concelho de Benavente em 2021. O nome
surge de um trocadilho com o nome da cidade.
Ao NS a artista revelou que este é um prémio com um grande
significado, já que é uma prova de excelência e do reconhecimento do seu
trabalho.
“Este festival trabalha apenas com artistas profissionais,
selecionados e convidados pela organização”, explicou a artista que soma já
duas participações no certame internacional que junta as melhores performances
de estátuas vivas provenientes de vários pontos do globo.
“Olhava à minha volta e só via o trabalho dos meus colegas
espetacular”, relembrou a artista luso-canadiana que celebrou o seu 42.º
aniversário no dia da conquista do prémio.
“Quando chegamos ao pedestal já levamos muitas horas de
trabalho”
Desengane-se quem acha que esta é uma performance
relativamente fácil de executar. Katarina Ferreira conta ao NS que uma
“estátua-viva” envolve muitas horas de trabalho. O trabalho começa sempre por
fazer um reconhecimento do espaço, seguindo-se a montagem do pedestal.
A alimentação e a hidratação que antecede a performance é de
extrema importância pois as estátuas ficam nos pedestais horas a fio, altura em
que não podem interromper as performances para se alimentar.
A caracterização é outra das dificuldades que estes artistas
enfrentam. A grande maioria das estátuas vivas são extremamente detalhadas e
têm um grande quantidade de trabalho a fazer nesse aspecto.
“Não é como um ator no teatro, que tem alguém que o maquilha
e já conhece o palco antes de subir”, vinca a artista, não desvalorizando o
trabalho de quem representa. A artista aponta ainda serem os próprios a fazer
toda a gestão dos horários e todas as outras componentes fora da performance.
Fotos: Patra Evan photography