A Escola de Folclore da AREPA, do Porto Alto, “que começou
por uma brincadeira”, é hoje um projeto de enorme sucesso, detendo até um
importante papel social, revelou esta quinta-feira ao NS a dinamizadora do
projeto, Mafalda Sousa.
Os jovens dançarinos do Porto Alto foram a atração principal
do encontro de seniores do Município de Benavente, que reuniu cerca de um
milhar de pessoas em idade de reforma no Parque Escotista dos Camarinhais, e
que levaram os seus avós e amigos a recordar os seus tempos de juventude.
“Nós tínhamos o rancho adulto e este já estava a ficar um
rancho misto, pois há havia muita criança e então surgiu a ideia de criarmos
uma escolinha de folclore”, começa por nos dizer Mafalda Sousa, que fala do
projeto com orgulho e entusiasmo.
O projeto da Escola de Folclore da AREPA tem dez anos “e
hoje já estamos a tirar frutos da escola, pois já temos dançarinos no Rancho
Adulto”, diz-nos a responsável.
Além da Escola de Folclore, esta é também uma forma de
ensinar aos mais jovens como era a vida dos seus avós e pais. “Passamos a
mensagem de como eram as nossas tradições, como viviam os nossos antepassados”,
“e hoje são já algumas das crianças que nos vão perguntando porque era assim”,
acrescenta Mafalda Sousa.
Com crianças entre os dois e os 14 anos, a Escola de
Folclore da AREPA é um exemplo na região, sendo também importante na área
social, pelo trabalho que realiza com alguns alunos que encontram no folclore
uma motivação e uma família, que os motiva e impede que possam seguir por
caminhos menos abonatórios.
“É muito gratificante chegar ao pé deles e eles gritarem pela “tia” que sou eu,
e eles querem ir para casa da tia porque lá se sentem bem”, conta-nos com um
brilho nos olhos.
Contando com o apoio de duas casas agrícolas do
concelho de Benavente, anualmente a Escola de Folclore da AREPA realiza uma
viagem com os jovens dançarinos. “O ano passado fomos com eles a Paris, fomos à
Disney, uma coisa que para muitos meninos era impensável, mas que nós
conseguimos reunir esse esforço graças à casa agrícola Quinta da Foz, que já há
dois anos seguidos nos dá 7.500 euros e também à Sport Agrícola, que
também nos dá um donativo de 2500 euros, apoios que são um balão de oxigénio
que nos dá para trabalhar com eles de maneira diferente, porque todos os
trajes, todos os sapatos somos nós, AREPA que lhes fornecemos”.
O ano passado a visita foi a Paris, e este ano ”com a ajuda
da Casa Agrícola Quinta da Foz, vamos de comboio até Coimbra ao Portugal dos
Pequenitos, vamos fazer um piquenique e depois voltamos para que em setembro
comecem os ensaios e que possamos começar a trabalhar novamente com eles”,
conclui.