Os concheiros de Muge continuam a ser alvo de escavações
arqueológicas por parte de uma equipa de investigadores da Universidade do
Algarve, sob a coordenação científica da arqueóloga Célia Gonçalves, revelou o
Município de Salvaterra de Magos em comunicado.
Os trabalhos reiniciaram no concheiro Cabeço da Amoreira,
localizado próximo da Ribeira de Muge, em terrenos da Casa Cadaval, na primeira
semana de agosto e vão prolongar-se até setembro.
A campanha arqueológica incide na recolha de testemunhos
do quotidiano dos últimos caçadores-recoletores do Vale do Tejo, que viveram
nos concheiros entre 8000 – 5000 anos a.C.
Ao longo deste tempo já foram encontrados inúmeros
artefactos, desde ossos de animais, que indicam o tipo de alimentação destas
comunidades, conchas perfuradas, que serviriam como adornos, vários tipos de
pedras, utilizadas para cortar, raspar peles ou até mesmo caçar, além de
esqueletos humanos, que estão a ser analisados em Liverpool, Inglaterra.
Este ano os arqueólogos – com o apoio da Câmara Municipal
– instalaram na Casa do Povo de Muge um laboratório de arqueologia, que vai
facilitar o estudo do espólio escavado. Este espaço laboratorial vai integrar –
no futuro – um núcleo museológico dedicado aos concheiros de Muge, a instalar
na Casa do Povo.
A exemplo de anos anteriores, integrado na programação
das Jornadas de Cultura, organizadas pela Câmara Municipal de Salvaterra de
Magos, vai decorrer no dia 15 de setembro, uma visita guiada ao Laboratório de
Arqueologia e às escavações no concheiro Cabeço da Amoreira.
Descobertos em 1863 por Carlos Ribeiro, foram
classificados em 2011 como Monumento Nacional os concheiros da Moita
do Sebastião, do Cabeço da Amoreira e do Cabeço da Arruda, constituindo uma das
mais importantes estações arqueológicas da pré-história portuguesa, com grande
projeção a nível nacional e internacional.